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História da Diocese

História da Diocese

A história da Diocese de Catanduva é um relato singular de fé, coragem e dedicação, que marca um novo capítulo na missão pastoral da Igreja Católica no noroeste paulista. Sua criação, decretada em 9 de fevereiro de 2000 pelo Papa João Paulo II, representou um movimento estratégico e espiritual, desmembrando territórios das dioceses de São Carlos, Jaboticabal e São José do Rio Preto.

Dois anos após sua posse como bispo diocesano de São José do Rio Preto, Dom Orani João Tempesta iniciou uma jornada de intenso preparo, dedicando meses à elaboração e finalização dos documentos exigidos pelo Dicastério Romano, a Congregação para os Bispos. Com um espírito resoluto e repleto de esperança, Dom Orani viajou a Roma para protocolar, com toda a solenidade e seriedade, os papéis que dariam origem à então futura Diocese de Catanduva. Durante essa missão, momentos de profunda comunhão e reflexão foram vividos no antigo mosteiro cisterciense da Basílica da Santa Cruz, em Jerusalém, cenário que simbolizava a união indissolúvel entre tradição e fé.

Em 6 de julho de 1999, em pleno calor do verão romano, ocorreu um episódio marcante: o Prefeito da Congregação, o Cardeal Lucas Moreira Neves – brasileiro, cuja fé inabalável transcendeu suas dificuldades de saúde – recebeu Dom Orani e sua comitiva. Naquela audiência, os documentos foram protocolados e o assunto da criação da Diocese de Catanduva já figurava na pauta da primeira reunião da Congregação para os Bispos, agendada para outubro, logo após as férias de verão na Europa. Simultaneamente, uma cópia dos documentos foi entregue ao Núncio Apostólico do Brasil, Dom Alfio Rapsarda, pelo chanceler da Cúria Diocesana de São José do Rio Preto, padre Manoel Bezerra de Lima, reforçando a seriedade e o compromisso deste processo histórico.

Contra todas as expectativas – que previam uma espera de cinco a sete anos – o desfecho veio de forma surpreendente e rápida. Em 9 de fevereiro de 2000, apenas sete meses após o protocolo em Roma, Dom Orani convocou, em segredo pontifício, todo o clero e o povo de Deus para um comunicado oficial na Basílica Menor de Nossa Senhora Aparecida, em São José do Rio Preto. Nessa solenidade carregada de emoção e fé, foi anunciado que o Papa João Paulo II havia aprovado a criação da Diocese de Catanduva, e que o primeiro bispo diocesano seria Dom Antonio Celso de Queiroz – até então bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo.

A instalação da nova diocese e a posse do seu primeiro bispo estavam marcadas para o dia 25 de março de 2000, durante a Festa da Anunciação, às 16 horas. O evento solene ocorreu na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, escolhida para ser a futura Catedral, pois a Igreja Matriz de Catanduva, embora rica em história, possuía uma estrutura insuficiente para comportar a grandiosidade e a importância do momento.

Cada etapa desse processo – desde a preparação meticulosa dos documentos, passando pela inspiradora jornada a Roma e culminando no anúncio festivo e inesperado – revela a força, a sensibilidade e o comprometimento com que a Igreja Católica se dedica à sua missão. A criação da Diocese de Catanduva não representa meramente um marco administrativo, mas é o vibrante testemunho de uma fé que se renova, que se propaga e que une passado, presente e futuro em um legado de esperança e espiritualidade. Essa história emocionante continua a inspirar e a iluminar o caminho dos fiéis, reafirmando o papel da Igreja como guardiã da tradição e promotora do mistério do Evangelho em cada tempo e lugar.


Por Seminarista Pedro Costa – 06/03/2025

 

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